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Arquitetos: FCHY architect lab
- Área: 76 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Hsiu-Chung Yang
Descrição enviada pela equipe de projeto. A "Casa No.58" é um projeto de reforma de um apartamento antigo. Ela está localizada no primeiro andar de uma viela com escala íntima e contexto complexo, em uma zona residencial de alta densidade. Ao redor dela existem muitas lojas pequenas, estacionamentos e vários tipos de residências de bairro. A vida diária acontece em meio aos carros estacionados de forma organizada-caótica, às reuniões de bairro, conversas de rua, roupas penduradas para o lado de fora da janela, coisas mantidas do lado de fora das portas de entrada. Trata-se de uma viela cheia de vida.
Os bairros costumavam ter fortes conexões sociais no passado com as casas de rua que misturavam uso residencial e comercial. Por conta disso, muitos dos projetos das casas de rua tradicionais frequentemente ignoram a privacidade da vida residencial ao longo da rua. Ao começamos o projeto, reconsideramos a relação ambígua e a interface entre o estilo de vida moderno e a vida íntima das vielas. Ao mesmo tempo, também nos preocupamos com a questão da falta de luz e do fluxo de ar abafado nas casas e com isso tentamos encontrar maneiras de reconectar os ambientes internos e externos.
Para aumentar a flexibilidade do espaço, removemos as paredes divisórias internas originais, mudamos a fachada frontal e abrimos a cobertura do quintal para transformá-lo em um pátio. Isso ajudou a trazer o ar e a luz para o espaço interno. Junto a essa estratégia, propusemos uma caixa de vidro transparente para banho ao lado do pátio, conectando-a ao espaço interno para criar um pátio maior articulado ao espaço de estar.
Tentamos substituir a parede tradicional por nossos materiais feitos à mão para aumentar a fluidez de ar e luz no espaço, um ponto central para o projeto. Pensamos em várias fórmulas possíveis e começamos a testar a ideia. Dentro do escritório, experimentamos diversas proporções de concreto para tornar o tijolo da parede oca o mais fino possível, e finalmente conseguimos um tijolo de 10mm de espessura. A ideia é que nossa parede de tijolo feita à mão fosse uma fachada ambígua entre a rua e a casa privada. O muro de tijolos da fachada fragmenta as vistas internas que preservam a privacidade e ao mesmo tempo se abre para a rua do lado de fora.
Quando o proprietário não está na casa, os vizinhos ficavam sentados e conversando na escada de entrada semi-externa. A rua e a casa começaram a se fundir. Quando o morador lê na escrivaninha, ele pode ver bicicletas e vizinhos passando lentamente, mas seus pensamentos não são interrompidos. As atividades da rua e do interior não são excessivamente expostas, mas não estão absolutamente separadas uma da outra. Tentamos, por meio das escolhas, da materialidade e das transparências, desenhar uma vida doméstica em diálogo com as dinâmicas da rua.